Nova Directiva Europeia... Liberdade de escolha

"Boas notícias para variar. A Comissão Europeia vai lançar uma nova directiva que irá permitir as instituições de saúde - públicas e privadas, entrar definitivamente em competição num mercado que se pretende aberto em toda a comunidade europeia.
O que é que se pretende com esta directiva? Simples, a partir do momento da sua aplicação, qualquer cidadão Europeu poderá escolher o hospital ou outra unidade de saúde de forma totalmente livre. Como se sabe, na actualidade os cidadãos têm obrigatoriedade de se deslocar aos hospitais ou outras unidades de saúde da sua área de residência.
A partir do momento da aplicação desta directiva os cidadãos Europeus podem dirigir-se às instituições de saúde que melhor os servirem em termos de cuidados de saúde prestados. Agora sim... podemos substituir definitivamente o conceito "utente" por "cliente". Agora sim começa a fazer todo o sentido utilizarmos o conceito "cliente".
As instituições de saúde terão assim que se esforçar muito mais. Terão que servir os seus clientes com o máximo de eficiência e eficácia possível se quiserem sobreviver dentro do "mercado da saúde europeia". Reforço a ideia que o mercado concorrencial que se forma é Europeu. Não é só Português. O que, como se compreenderá facilmente, mudará tudo.
O que me faz pressupor que muito do que vemos hoje dentro das nossas instituições de saúde em termos de ineficiência, incompetência e de negligência na pespectiva "laissez faire, laissez passer", vai ter mesmo que acabar. E ainda bem. Já não era sem tempo! A partir desta nova determinação só os mais competentes poderão ser seleccionados dado que as diversas instituições de saúde escolherão certamente para os seus quadros os mais "adaptados" (Darwin).
Por fim, e em sequência do que foi referido, não podemos deixar de poder pensar no que irá acontecer entre profissões em saúde, dado que será de esperar ainda mais e maior competetividade. Será lógico esperar que só os melhores serão seleccionados para as instituições de saúde que pretendam ser mais eficientes e eficazes. Só com maior eficiência e eficácia têm maiores garantias e sobrevivência neste novo mercado da saúde. E esta será provavelmente uma realidade que estará presente a médio prazo na nossa realidade social em geral e no mercado da sáude em particular.
Vêm aí por isso ainda mais e maiores exigências para todos os envolvidos - ministros, políticos, profissionais, "stakeholders" e os próprios cidadãos. Nós enfermeiros não podemos ignorar este processo de mudança dado que, ao corrermos o risco de negligenciar esta nova realidade, estaremos a negligenciar e a comprometer simultaneamente o nosso futuro".
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Fonte: http://www.o-enfermeiro.blogspot.com/, Sexta-feira, Novembro 16, 2007